terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Odeio...

Odeio o grupo do Azeitone e companhia lda.
Eles odeiam-nos.
Eles prejudicaram-nos.
Nós, especialmente se eles fizerem por isso (o que não irá ser muito difícil), vamos prejudicá-los!!!

Estes são factos do dia de hoje e que ainda vão ser factos amanhã e num futuro bem próximo.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Ulisses

O mito é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo -
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.

Este, que aqui aportou,
Foi por não ser existindo.
Sem existir nos bastou.
Por não ter vindo foi vindo
E nos criou.

Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecundá-la decorre.
Em baixo, a vida, metade
De nada, morre.

Fernando Pessoa, Mensagem

Coisas Sérias

Está na altura de partir para assuntos mais sérios... Por isso, vou-vos deixar com alguns poemas da literatura portuguesa, sem brincadeiras ( a não ser que me peçam com jeitinho, claro!!). Vou procurar na minha estante e depois digo-vos alguma coisa...

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Ai a sorte dele!

"Mas se o pai acordar!..." (Márcia dizia
A mim, que à meia-noite a trombicava)
"Hoje não..." (continua, mas deixava
Levantar o saiote e não queria!)

Sempre em pé a dizer "Então, avia..."
Sesso à parede, a porra me aguentava;
Uma coisa notei que me arreitava,
Era o calçado pé que então rangia;

Vim-me, e assentando nem degrau da escada,
Dando alimpa ao caralho e mais à greta,
Nos preparamos para mais porrada;

Por variar nas mãos meti-lhe a teta;
Tosse o pai, foge a filha...Oh vida errada!
Lá me ficou em meio de uma punheta!


Manuel Maria du Bocage

sábado, 24 de novembro de 2007

Quem adivinha o que é?

É pau, e rei dos paus, não marmeleiro,
Bem que duas gamboas lhe lobrigo;
Dá leite, sem ser árvore de figo,
Da glande o fruto tem, sem ser sobreiro;

Verga, e não quebra, como o zambujeiro;
Oco, qual sabugueiro tem o umbigo;
Brando às vezes, qual vime, está consigo;
Outras vezes mais rijo que um pinheiro;

À roda da raiz produz carqueja;
Todo o resto do tronco é calvo e nu;
Nem cedro, nem pau-santo mais negreja!

Para carvalho ser falta-lhe um u;
Adivinhem agora que pau seja,
E quem adivinhar meta-o no cu.


Do grande poeta, Manuel Maria du Bocage

Aos condutores de Portugal

Já ouviram falar de nevoeiro??
É aquela bruma que nos cega e nos deixa na expectativa do futuro...
Já la diziam os poetas que das brumas viria o salvador de Portugal.

Por isso, brumas ou nevoeiro, para além de mistério, também significam futuro e esperança. Assim, da próxima vez que andarem na estrada, lembrem-se de ligar os faróis de nevoeiro se querem ter futuro e esperança de chegar ao destino!!!

domingo, 4 de novembro de 2007

As Brumas II


E as brumas abateram-se sobre mim...


Porque é tão difícil fazer compreender ao mudo o quanto doi falar?

O quanto doi respirar e saber que o mudo não nos vê...

Que nós não existimos, que as brumas nos rodeiam...

Porque doi tanto tentar alcançar a superfície? Atravessar a névoa que nos rodeia?


Porque é que tudo tem de acabar assim???

Tu ensinaste-me a fazer uma casa

Tu ensinaste-me a fazer uma casa:
com as mãos e os beijos.
Eu morei em ti e em ti os meus versos procuraram
voz e abrigo.
E em ti guardei meu fogo e meu desejo. Construí
a minha casa.
Porém não sei já das tuas mãos. Os teus lábios perderam-se
entre palavras duras e precisas
que tornaram a tua boca fria
e a minha boca triste como um cemitério de beijos.

Mas recordo a sede unindo as nossas bocas
mordendo o fruto das manhãs proibidas
quando as nossas mãos surgiam por trás de tudo
para saudar o vento.

E vejo o teu corpo perfumado a erva
e os teus cabelos soltando revoadas de pássaros
que agora se recolhem, quando a noite se move,
nesta casa de versos onde guardo o teu nome.

Joaquim Pessoa

As Brumas

As Brumas instalam-se ao meu redor...
Turvam-me a visão, tornam incógnitos os meus passos...
Se eu me deixar levar, onde vou parar?
As brumas envolvem-me, dominam-me, embalam-me...
Levam-me para uma nova visão do mundo, da vida...
Onde vou eu parar?...