sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

A odisseia continua...

Alunos de Saúde pedem ajuda a Sócrates para a falta de espaço (in Jornal de Notícias, em 13 de Fevereiro)Data de inserção: 13-02-2008

Porto » Estudantes da Escola Superior de Tecnologia do Porto concentraram-se, ao início da noite, em protesto

» Mais de 400 alunos uniram-se em protesto » Exigem instalações para terminar o ano

Mais de 400 alunos da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto (ESTSP) concentraram-se ontem, ao fim da tarde, na Praça Coronel Pacheco, em protesto contra o emagrecimento das instalações - são provisórias há 25 anos, mas agora os 1700 alunos dos 13 cursos de saúde ficaram reduzidos a meia dúzia de salas no edifício da Faculdade de Letras que alberga também o curso de Jornalismo.
Em pleno período de exames, e a cinco meses do fim do ano lectivo, foram-lhes propostas duas alternativas: o prolongamento do horários das aulas, que passariam a decorrer entre as 8 horas da manhã e as 23 horas, incluindo os sábados entre as 8 e as 14 horas. Ou manter o horário, mas dividindo as aulas entre o Porto e Gaia.
Na reunião geral de alunos, no auditório do Instituto Superior de Engenharia do Porto, que precedeu a manifestação, as duas propostas foram declinadas. "Nenhum hipótese agradou à maioria", afirmou Mário Lourenço, presidente da Associação de Estudantes da ESTSP Por isso, "vamos pedir a uma entidade superior - ao primeiro-ministro José Sócrates ou a Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a quem ontem foram endereçadas cartas - que intervenham junto do reitor da Universidade do Porto, José Marques dos Santos, ou do presidente do Instituto Politécnico do Porto (IPP), Vítor Santos, no sentido de conseguirem parar as obras" .
Aliás, Emanuel Oliveira, quartanista de Terapia Ocupacional, surpreende-se quando Vítor Santos lhes assegura "já ter tentado todas as soluções para evitar a presente situação". O aluno questiona se "todas as soluções" incluem também aquela que eles próprios propõem, e que passa, simplesmente, por travar as obras durante cinco meses para que possam terminar o ano lectivo sem mudanças de fundo.
"Basta construir uma parede que permita a continuação das obras no rés-do-chão, mas libertando os restantes pisos para as aulas", afirma. Parecendo simples, a verdade é que os alunos estão impedidos, desde 12 de Dezembro, de entrar no antigo edifício da Rua dos Bragas. E, de acordo com Mário Lourenço, têm até ao fim deste mês para abandonar o edifício que ocupam na Faculdade de Letras.
"Os professores não só não estão solidários como são quase indiferentes à situação", volta Emanuel Oliveira. "E o presidente do IPP já fez saber que se continuarmos com os protestos, retira-nos o subsídio para actividades - cerca de cinco mil euros por ano - e manda parar as obras em Gaia". A Escola assinou um protocolo com a Câmara e deverá mudar-se para a outra margem do rio no futuro. Além disso, ouviu-se, "Vítor Santos anda a pressionar a Associação de Estudantes a desvincular-se do protesto para que possa "incriminar" um ou dois alunos concretos".
No entanto, os alunos uniram-se e ameaçam acampar ainda esta semana na Praça da República, caso não haja novas decisões. Como atestaram os cartazes exibidos durante a manifestação, para quem paga 900 euros de propinas por ano, é difícil acreditar que não tem direito a ter uma sala de aulas com dignidade. Fizeram-se contas: para onde vai o montante que resulta de 900 euros vezes 1700 alunos?


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